De acordo com uma matéria publicada pela CNN, o Brasil é o segundo maior alvo do mundo em ataques cibernéticos — só no dia em que a reportagem foi feita, foram mais de cinco milhões de ataques. A maioria deles vem de um crime virtual conhecido como ransomware, em que os hackers invadem sistemas e roubam dados para “cobrar um resgate” da empresa invadida. Em 2021, o valor médio pago por esses resgates era de 3 milhões de reais.
A segurança de dados e sistemas é um ponto fundamental nas tecnologias da informação. Casos de invasão como o ocorrido com sistemas da Renner em 2021, ou a nova tentativa de invasão aos sistemas do Ministério da Saúde em maio de 2022, demonstram que todas as organizações, sejam públicas ou privadas, precisam de um sistema de proteção cada vez mais robusto e eficiente. Vale ressaltar ainda que, com a criação da LGPD, a proteção de dados se tornou ainda mais importante, pois o vazamento implica em complicações jurídicas para a empresa que os coletou.
Uma ferramenta que tem ganhado destaque para prevenção de ataques e verificação do nível de cibersegurança é o pentest, sigla para penetration test, ou teste de penetração. Quer saber como o pentest funciona e quais são as vantagens? Continue lendo!
O que é o pentest?
Pentest é uma abreviação para a expressão penetration test, ou teste de invasão. Como o nome já indica, trata-se de uma invasão programada para testar a segurança de sistemas. Isso é feito por meio da simulação de cenários de ataques reais, com o objetivo de identificar pontos vulneráveis.
O profissional responsável por esses testes é chamado de pentester, o hacker ético. Geralmente, são especializados em segurança da informação. Esses hackers trabalham para descobrir falhas e prevenir ataques cibercriminosos, para que empresas e organizações consigam manter seus dados seguros.
Em resumo, o pentest serve para que as empresas descubram as fragilidades de seus sistemas e aplicações antes que outros hackers mal intencionados consigam descobrir.
Quais são os benefícios do pentest?
O teste de penetração é uma exploração de risco controlado. Seu principal benefício é a prevenção dos danos financeiros, legais e administrativos que podem ser provocados pela invasão de softwares e o roubo de dados.
Além disso, também é possível utilizá-lo para medir o impacto de possíveis invasões, avaliar o desempenho do sistema de segurança adotado e mapear os pontos que necessitam de investimento.
Modalidades do pentest
Existem três diferentes modalidades possíveis para aplicação de um penetration test, definidas de acordo com o nível de informação ao qual o pentester terá acesso. A primeira é a Black Box, também chamada de teste às cegas.
Nessa modalidade, o hacker não tem acesso a nenhuma informação sobre a empresa ou o funcionamento de seus sistemas. Ela visa simular o ataque de um invasor externo. Para isso, o pentester deverá mapear e entender o funcionamento de seu foco de invasão.
A segunda modalidade é a Gray Box, na qual são fornecidas algumas informações básicas que podem direcionar o trabalho do pentester. Por fim, temos a White Box, modalidade na qual o hacker ético recebe todas as informações antes de iniciar o mapeamento. Essa modalidade permite uma análise mais aprofundada e direcionada.
Como aplicar?
Existem algumas etapas que são fundamentais para garantir a efetividade de um pentest, a começar pelo planejamento. Antes de iniciar o teste, o hacker deve ter o detalhamento do escopo da tarefa, quais são os objetivos a serem alcançados, e qual modalidade será utilizada. Essa etapa também inclui a coleta de informações para entender o funcionamento do sistema ou aplicação a ser testada e suas potenciais fragilidades.
Em seguida, passa-se a uma operação de varredura, que buscará compreender como o software responderá às tentativas de invasão. Essa etapa é feita em dois processos: a análise estática, que inspeciona o código de um aplicativo para estimar a maneira como ele se comporta durante a execução, e a análise dinâmica, que consiste em inspecionar o código enquanto o aplicativo está em funcionamento.
A terceira etapa, caso a tentativa de invasão seja bem sucedida, consiste na avaliação do nível de acesso obtido. É o momento em que a invasão real é simulada. Já a quarta etapa verifica a durabilidade do acesso, averiguando se a invasão consegue ser sustentada e permite uma presença persistente no sistema.
Por fim, a última etapa é o momento de avaliação e relato das vulnerabilidades exploradas, indicando os dados que foram acessados, o tempo de duração da invasão, a capacidade de extrair e/ou corromper dados, dentre outros fatores importantes para o escopo da tarefa.